No cotidiano exercício da maternidade/
paternidade não nos damos conta que estamos construindo uma relação eterna com outro ser. Amor está no centro da maioria das relações, mas o estranhamento também é um companheiro fiel desta caminhada rumo à eternidade.
Os pequenos crescem rápido. Em dois anos já dizem não, em seis escrevem e leem as palavras, aos nove discordam de nossas verdades, aos doze adoram os amigos tanto quanto a nós, aos dezesseis amam a um outro ser mais do que poderíamos imaginar ser possível, aos dezoito passam dias e noites por ali e acolá, enquanto esperamos por aqui e pensamos: Foi tudo tão rápido!
Tudo parece muito automático no dia-a-dia e muitas vezes não percebemos que nossas atitudes diante dos pequenos e do mundo estão construindo a forma como manteremos em esta relação ao longo dos anos, o nosso próprio “felizes para sempre”.
Refletir em como desejamos nos relacionar com os pequenos quando eles forem maiores e maiores é um bom termômetro para pensar em como precisamos construir as relação com eles neste exato momento.
Relações baseadas na força, na agressão (física e verbal), em regras rígidas, pouco diálogo, raros beijos ou abraços, correm o risco de se tornarem distantes e tristes com o passar do tempo, principalmente quando a autoridade da mãe/pai sobre o filho vence o prazo de validade.
Autoridade de mãe/pai tem prazo de validade?
Tem, e é bem mais curta do que imaginamos.
Na adolescência sentimos que o prazo de validade está bem no finzinho, depois chegam a juventude e a idade adulta. Os pequenos estão grandes e decidem o que querem fazer da vida e fazem. Executam suas vidas com autonomia, e, ainda que precisem de sua grana, não precisam mais de sua autorização.
Entenda que o prazo de validade não está no afeto, no amor, no respeito, na amizade, na parceria ou no desejo de estar junto, a validade é da autoridade.
Você já parou para pensar em que está baseando a relação com os pequenos?
Lembre-se que sempre é tempo de recalcular a rota.
Aquele abraço,
Por Laura Cristina Ferreira
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