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Modernos, modernices e super geniais

Meu pai tinha ótimas histórias e uma das minhas favoritas era sobre ele, a televisão e sua avó Julieta. Lá pelo início dos anos 70, contava meu pai, que quando chegava em casa, sua avó (uma senhora nascida em 1899) fazia uma grande festa: “-Ai, que bom que você chegou! Só você para conseguir fazer esse televisor funcionar direito!”. E lá ia meu pai colocar esponja de aço na antena e celofane colorido na tela. Minha bisa então olhava para ele cheia de orgulho pensando em como ele era incrível de saber mexer naquela engenhoca tão moderna.
Anos depois, lá pelos anos 90, meu pai chamava por mim e minha irmã para programar as gravações no impossível videocassete. Mais alguns anos, celulares e computadores teimavam em desafiar a capacidade de ajustes tecnológicos de meu pai.  E a cada vez que isso acontecia, ele repetia a história dele, sua avó e o televisor e dizia sorridente e em tom irônico: “-E pensar que um dia eu fui a pessoa mais moderna da minha casa!”
Agora, nos anos de 2010, conto eu com muitos apoios para compreender os desafios da tecnologia, me cercando de pequenos e pequenas que troquei fraldas e hoje me explicam sobre Spotify, snapchat e outras coisas que nem sei o nome. Eu, que também já fui a pessoa mais moderna da minha casa.
Contei essa história toda para conversarmos sobre essa coisa “sabe tudo” que parece acompanhar as resoluções de problemas relacionados a essas coisitas modernosas.
Ainda que os pequenos pareçam gênios com seus celulares e tablets são crianças e estão em formação. Cabe a nós, os adulto, analisarmos os riscos das ações executadas pelo  pequeno, seja no plano real ou virtual.
Sentar com eles e pedir que ensinem os jogos e cia, falar de sua falta de habilidade com aquilo, é valorizar as coisas que gostam e sabem fazer. Isso é descobrir o mundo dos pequenos.
Provavelmente ele saberá mais do que você sobre aquele assunto, e pode ser que esta seja a primeira vez que isso acontecerá na vida de vocês. Aproveite essa experiência! 
Aprenda com seu pequeno de coração aberto. 
Talvez você não seja mais a pessoa mais moderna da sua casa, mas isso pode não ser tão ruim, não acha?
Aquele abraço,
Por Laura Cristina Ferreira

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