Vivemos em um tempo no qual estar monitorado, observado, postado e compartilhado é um fato cotidiano.
Fotos, vídeos, postagens, palavras e sentimentos se espalham pelas redes sociais cada vez mais, do modo que se replicam cada vez menos no plano real.
No plano virtual temos pensamentos positivos e grandiosos, fotos com olhos brilhantes e efeitos vintage, sorrisos e histórias graciosas de nossos filhos lindos e cheios de charme. Comparilhamos autores e seus (possíveis) dizeres reflexivos.
Passado o compartilhar nosso de cada dia, o que somos nós?
Por quantos segundo somos de fato atravessados por aqueles sentimentos que compartilhamos?
Observo nas apresentações escolares que é enorme (praticamente absoluta) a quantidade de mães e pais a filmar e fotografar aquele evento. Penso se aqueles pais e mães realmente conseguem ver o que está acontecendo, se conseguem permitir-se tocar, sentir aquele momento, enquanto equilibram suas câmeras na posição correta e sem poder tremer.
Nos parquinhos e praças, inúmeros flashes e clicks em escorregadores e balanços em busca de sorrisos e mais sorrisos.
Quanto tempo gastamos para aprender a guardar aquele sorriso de outro jeito que não seja foto e post?
Os novos tempos e todas as possibilidades tecnológicas nos trouxeram a redução de distâncias, a velocidade da informação e a sensação de que o tempo tem um novo tempo.
Quanto tempo você gasta sentindo aquele sorriso?
Temos tanto amor e nos sentimos tão felizes em momentos com os pequenos que desejamos que se tornem eternos.
Será que temos medo de esquecer disso?
Qual sorriso é só seu, apenas e somente seu?
Que tal aceitar o desafio e deixar o celular pra lá e apenas curtir o que acontece ali, bem ali naquele momento?
Você aceita o desafio de um dia inteirinho de brincadeiras sem click e post?
Feliz Natal...
E aquele abraço,
Laura Cristina Ferreira
Comentários
Postar um comentário