Escuto de muitas mães e pais sobre a dificuldade em dar limites a seus filhos e sempre me questiono se a única dificuldade é dar limites aos pequenos, ou se temos dificuldades em dar limites aos outros de um modo geral.
Oferecer limites às pessoas que nos cercam é uma das atitudes mais difíceis da vida, principalmente em relações afetivas: pais, filhos, amores, amigos.
Dar limites é informar ao outro até onde estamos dispostos a ir ou até onde permitimos que o outro avance. É o “nosso quadrado”, nosso contorno.
É difícil olhar para quem gostamos e dizer que não queremos.
Que não queremos opinião. Que não queremos sair. Que não queremos ouvir grosserias. Que não queremos receber o que o outro deseja nos dar, ainda que esteja muito interessado em nos oferecer.
Agora não, querido amigo.
Agora não, querido chefe.
Agora não, querido amor.
Agora não, querido filho.
Dizer “não” não é uma grosseria. Dizer “não” é parte das relações entre as pessoas. Dizer “não” é informar ao outro de forma clara os nossos limites.
“Cada um no seu quadrado” pode ser uma importante estratégia para garantir que as diferenças entre as pessoas sejam identificadas, reconhecidas, valorizadas e, principalmente, compreendidas.
Entendendo que cada um tem o “seu quadrado”, cada membro da família poderá ser do “seu próprio jeito” e todos serão amados e respeitados com todas (todas) as suas características, sendo parte fundamental para que esse lugar seja da forma como gostam: meio diferente, meio “assim”, meio que a cara de vocês.
Dar limites não é uma dificuldade exclusiva da relação entre mãe, pais e filhos.
Da mesma forma, ter limites não é uma dificuldade dos filhos, mas de todos nós: filhos, mães, pais, pessoas.
Passar dos limites é fácil, quando não sabemos onde eles estão.
Aquele abraço,
Laura Cristina Ferreira
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