Medo de altura, de barata, de rato, de sapo, de assalto. Medo de não ter dinheiro, de perder o emprego, de morrer de repente, de não ser boa/bom o suficiente. Medo de surtar, de perder o controle, medo de não querer parar mais de gritar.
Medo de todo mundo descobrir que você tem um medo danado de tantas coisas e que sua vontade (muitas vezes) é voltar para a saia da mãe (a sua) e ficar lá por mais uns 30 anos ou pelo menos uns 30 minutos.
O mundo está corrido mesmo. Existem muitas coisas muito malucas acontecendo mesmo. O medo que a gente sente é medo mesmo e se não falarmos sobre ele teremos cada vez mais medo, e nos sentiremos cada vez mais fracos e sozinhos.
Ser responsável por alguém é uma coisa imensa, tão imensa que só é possível entender quando somos, de fato, responsáveis por alguém.
E de repente não estamos mais sozinhos para encarar as consequências de nossas atitudes, e aí bate um medo de mudar de emprego, de apostar num sonho, de mandar o chefe para o inferno, de mudar de cidade, de investir em novas relações, de se aventurar, de tentar fazer diferente, de arriscar.
Mas qual será (de verdade) a cota dos filhos nestes medos que nos cercam?
O que você deixou de ser para ser mãe/pai?
Compartilhar os medos ajuda a refletirmos sobre eles e sobre alguns medos os pequenos podem ajudar muito.
Que tal convidar os filhos a oferecer sugestões sobre ajustes financeiros necessários à família? Conversas sobre falta de dinheiro nunca são agradáveis, mas podem se tornar mais leves quando todos estão envolvidos. Ao final da conversa vocês podem listar um monte de coisas que podem fazer sem gastar muito dinheiro.
Para ajudar ofereço algumas dicas: jogos de tabuleiro e carta; adedanha; argila; visitas a centros culturais, museus e feiras; festa do pijama; festa americana (lembra?); cozinhar juntos; café na cama para aniversariantes; ler no parque; ler histórias de dormir; ler histórias de terror; fazer piquenique.
Construa com seus filhos uma lista enorme de coisas e mais coisas, planos, sonhos, programas e até medos, tenho certeza que será uma descoberta incrível para toda família, seja ela como for.
Viva leve.
Morra de medo, chore, siga.
Seja feliz.
Aquele abraço,
Laura Cristina Ferreira
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